quinta-feira, 10 de abril de 2014

"A Conquista" tem data de lançamento

Filme será lançado no dia 6 de maio na Universidade Federal da Fronteira Sul.

As nuances de uma história marcada por incoerências sociais e valores culturais que oprimem e limitam o pensamento crítico da coletividade. Uma análise social sobre como o poder construído em uma cidade gerou uma série de contradições enraizadas na cultura desde os tempos de colonização, permeando momentos históricos até se materializar no município de Chapecó atual. Esta é a temática do documentário de longa-metragem “A Conquista”, dirigido pelos jornalistas Camila Arruda e Julherme J. Pires, estudantes do último ano da graduação durante a produção do filme no ano passado. Tendo como premissa uma das funções das representações do documentário de aprofundar, desencobrir e construir uma multiplicidade de olhares, “A Conquista” busca suscitar um debate através da linguagem cinematográfica que já acontece nas entrelinhas da comunidade chapecoense.

O município de Chapecó, considerado a capital do Oeste Catarinense, é tido como referência de desenvolvimento e qualidade de vida. Contudo, a narrativa busca trazer à luz uma série de invisibilidades, valores distorcidos, incoerências sócio-políticas extremistas e desigualdades latentes que se reproduzem e permanecem silenciadas por um discurso desenvolvimentista. A narrativa apresenta Chapecó desde a colonização que iniciou um processo de segregação entre colonos, índios e caboclos. Traz um importante resgate histórico e crítico do marcante episódio do Linchamento até chegar na morte do vereador Marcelino Chiarello. O filme é permeado pela reflexão acerca da estrutura social e política pautada em pensamentos positivistas que nortearam o desenvolvimento da cidade.

O filme busca uma montagem longe da objetividade de uma reportagem e constrói um mosaico entrelaçando o passado e o presente, como um grande personagem a ser conhecido, analisado e compreendido: o município de Chapecó. O longa é dividido em quatro capítulos, "História", "Cultura", "Progresso" e "Luzes" personificando as análises através de 14 personagens principais. Escolheu-se apostar na potência do documentário contemporâneo que é singularizar personagens dando corpo às asserções. O ponto de vista social é transmitido em entrevistas que olham para trás e fazem um paralelo com o que se configura como sociedade chapecoense na atualidade. A trilha sonora original composta e produzida pela banda Estação do Rock, tem um papel poético na construção dos sentidos no filme, ela diáloga com os demais elementos que compõe a narrativa.

“A Conquista” é resultado de um projeto experimental produzido no ano passado como requisito para a conclusão do curso de Jornalismo. A obra, produzida em parceria entre a Caju Líquida e a Experiência Audiovisual Universitária, será lançada no dia 06 de maio no auditório B da Universidade Federal da Fronteira Sul, às 19h30 com entrada gratuita. Após a exibição do filme haverá debate com os entrevistados do filme Claiton Marcio da Silva, Leonardo dos Santos, Mônica Hass e com os produtores do filme.